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This is the best case ever
Quem não gosta de um bom filme de traições, de mentiras, de falsas juras de amor, de planos cheios de reviravoltas? Quem não gosta de ver Ocean’s Eleven? Nada melhor que um bom filme, sem sabermos como acaba, com muitas facadas pelas costas. E ainda melhor fica quando temos um caso para desvendar, metido numa teia construída com todo o cuidado, pronta a enganar os mais ingénuos e até os menos.
E que tal vermos isso tudo, e um pouco mais, em Castle? Para um episódio que foi visto a horas inapropriadas (uma da matina para ver um episódio com review é desumano…para o episódio, claro), este episódio foi, o de longe, o que me melhor conquistou nesta segunda temporada, talvez foi o melhor da série. Temos a construção de um parque infantil para a criança que é Rick Castle, divertido no seu mundo, no seu jogo de máscaras. Para quem constrói personagens, nota-se que o interesse sobe, e bastante, quando se encontra com também um “escritor”, só que desta vez de pessoas e não de personagens.
O homem das mil caras, tendo Steven Fletcher como seu pseudónimo, é morto numa das suas melhores construções: uma viagem à Antárctica dentro de um apartamento. Um esquema que tinha tudo para dar bem, não fosse um tiro ser disparado. Enquanto o caso vai-se embrenhando, indo sobrepondo destinos sobre destinos, sem se descobrir quem é verdadeiramente o homem das mil caras mas, mesmo assim, conseguindo chegar à culpada, temos o que Castle costuma ter: a relação entre Kate e Rick, sempre as turras, sempre no jogo do gato e do rato. Desta vez o queijo tinha a denominação Heat Wave, o novo livro de Castle. Sem nenhum dar o braço a torcer, temos Beckett a ler o livro as escondidas (a cena da banheira é fantástica, e a do quarto de banho ainda melhor…) e Castle sempre a espicaçar-lhe para receber algum sinal do outro lado. Como duas crianças que se contradizem, mas no fundo o que gostavam era de andar de mão dada, a relação entre Castle e Beckett é o que torna a série divertida. Quem não se riu com as travessuras de Beckett para o escritor, dizendo a verdade e Castle tomando-a como mentira? A alma da série reside aqui, e o resto é quase tudo paisagem.
Pois, e saltando a parte da paisagem, temos o relacionamento sempre hilariante entre pai e filha. Alexis é a pessoa mais razoável da família Castle, a pessoa que tem os pés mais assentes na terra. E qualquer mudança nesta personalidade, nesta hierarquia, torna-se um problema para Castle. Como qualquer pai de adolescentes, Castle preocupa-se com o seu mais que tudo, e quando vê chegar ao seu território um candidato para namorado da sua filha, explode. Ainda se lembram do que ocorreu quando Alexis teve um encontro? Agora foi uma explosão menor, mas que trouxe consequências maiores: a avó de Alexis tocar violino…parece que Castle ficará arrependido para o resto da sua vida.
Mas nem tudo foram um mar de rosas. Aqui ficam os pormenores em que a série falhou:
- A já pedida abertura a escritor, focada nos pormenores e depois indo para o todo, ainda não ocorreu. Cada vez mais sinto falta disso.
- Para quando o caso da mãe de Beckett? Ou isso está encerrado? Restam as dúvidas.
Fool Me Once conquistou desde o primeiro momento. A construção da trama é fantástica e conseguimos envolver-nos na trama. Alguém pede mais alguma coisa, para além daquilo que já foi dito? Parece que não.
